quinta-feira, 29 de maio de 2014

O Morro dos Ventos Uivantes - Emily Brontë

Oi!
Hoje vou escrever um pouco sobre o último livro que li, O Morro dos Ventos Uivantes... #boaleitura
E, claro, depois de lê-lo fiquei curiosa para assistir o filme com o mesmo nome...


O Morro dos Ventos Uivantes é uma obra da escritora Emily Brontë, publicada em 1847
Como nos livros da também inglesa Jane Austen, as paisagens que são descritas me fazem imaginar campos lindos, amplos e bem legais para passear...
Enfim, o livro:
Vou logo avisando que não indico esse livro para qualquer leitor.
Se você é do tipo que gosta mais de fantasia ou desses romances mais açucarados... não sei se vai gostar, hein... não sei.
Esse livro é um clássico intenso e já terminei de ler tem uns dias, mas até agora estou pensando e tirando novas conclusões sobre a história.
Eu adorei o livro!! Mas, não é para qualquer momento... E minha leitura foi um pouco vagarosa, por conta das cenas tristes que eu ia lendo...
Mas, é ótimo e eu ainda me lembro de uma amiga que, quando eu tinha lá meus 13 anos, me ligava toda noite para dizer o quanto esse livro é bom e estava amando a leitura! Anos depois, tomei coragem para enfrentar a história que essa amiga tanto me contava...

Vou transcrever, aqui embaixo com essa cor diferente, exatamente o que está escrito na sinopse para vocês não dizerem que contei demais:
O Morro dos Ventos Uivantes narra a história do órfão Heathcliff e de seus irmãos de criação, Catherine e Hindley. Maltratado e humilhado por Hindley, e apaixonado por Catherine, que se casa com o nobre Edgar, Heathcliff desaparece e retorna rico, anos depois, em busca de vingança.

Bem, o livro revela mais momentos tristes e tempestuosos do que felizes. Aliás, lá no comecinho, quando tudo parecia estar bem, afinal... me vem a verdade:

"Essa felicidade terminou. No final das contas, todos nós temos de contar é conosco mesmo. Os bons e generosos são apenas mais sabiamente egoístas do que os dominadores." 

E, gente, como eu sofri... Como quase indiquei uma psicóloga para essas personagens... Como quase entrei no livro para parar alguma briga...

Senti que eu era como o inquilino que escutava essa história (quem leu, sabe) e se colocou na posição de um conhecido na vida daquelas pessoas da narrativa. Tanto que, depois de um tempo, resolveu passar pelo Morro dos Ventos Uivantes para saber como tudo estava indo... como alguém quase da família, vejam só...

É isso, essa escritora é tão fantástica que criou alguém ali dentro da própria história que, na verdade, era eu, enquanto leitora. Era eu escutando e conhecendo aquelas pessoas difíceis... Eu ficando tão impressionada que, em um primeiro momento, demorei para ler e quis fugir daquela tristeza, ainda que já tendo comprado o aluguel... quer dizer, o livro. Mas, persisti por vontade de saber o que acontecia... E, nas últimas páginas, eu era quem estava tentada a voltar ao Morro dos Ventos Uivantes para descobrir se tudo ia bem.

Era eu escutando as palavras da boa sra. Dean, "(...) as pessoas que cumprem seu dever são sempre, afinal, recompensadas.", e torcendo para que algo acontecesse de alegre!

Demorei um tempo para começar a tirar as minhas impressões do livro... ele tem me feito pensar bastante e justamente por isso o considero fantástico. Esse livro me instigou. Nele, as pessoas são como são, nem totalmente boas nem totalmente más, e escolhem fazer da vida delas o que consideram apropriado... como na vida real.

Mas a vingança... Quem realmente sofre com uma vingança? Quem realmente se maltrata, se humilha e não se perdoa?

Penso muitas coisas ainda sobre tudo o que li. Mas, tem um pensamento que sempre vai me alcançar mais rápido quando eu lembrar desse livro: perdoar e seguir em frente é uma boa escolha.

O filme? Bem, esse filme que vi, não sei se tem outros...
A fotografia desse filme é ótima! Realmente muito boa!
Já o enredo, na minha opinião, está mais adaptado do que deveria, além de terem cortado do filme a parte que mais gostei: justo o final do livro que fechou a "gestalt", me ajudando a desencadear melhor os pensamentos sobre a história. Por causa disso, não gostei. Leia o livro e só veja o filme se estiver bastante curioso... (Mas, lembrando que essa é apenas a minha impressão leiga... talvez você tenha outra opinião).

Minha dica é: se você gosta de histórias intensas com as desavenças da alma humana; prepare um chocolate quente, sente em uma poltrona confortável e escute o que essas páginas podem te dizer. 

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Tag: Como eu leio?

Oi!
Fui indicada pela Tici, do blog Bibliophiliarium, para essa Tag bem legal que ajuda a conhecer melhor os blogueiros.
São 8 perguntas sobre os meus hábitos de leitura.
Espero que gostem!
#boatag


# Onde você descobre novos livros?
Tenho conhecido muitos livros legais através das redes sociais e, principalmente, dos blogs que sigo. Também faço vários passeios pelas livrarias/sebos perto do meu trabalho e tenho algumas indicações de amigos que também gostam de ler.

# Como você entrou nesse mundo da leitura?
Não lembro mesmo! Desde que me entendo por gente gosto de ler e ter livro, ganhar livros, passar dias lendo...

# O seu gosto literário mudou com o passar do tempo?
Acredito que não. Gosto de ler de tudo um pouco e sempre foi assim. Com 12 anos eu lia tanto Harry Potter como Capitães da Areia.

# Com que frequência você compra livros?
Todo mês compro algum livro ou alguns... Ah... Geralmente não sou consumista, mas nem sempre me seguro quando entro em uma livraria...rs!

# Como você entrou nesse mundo dos canais literários?
Sempre amei escrever! Em 2009 comecei um blog com as minhas poesias, O Cotidiano de Cada Dia , mas acabei não dando tanta atenção quanto gostaria... Por algumas questões da vida, deixei esse blog um pouco de lado... Mas, esse ano senti necessidade urgente de voltar a escrever e criei esse blog aqui, o Resenhas da Lu, que tem me feito muito feliz e realizada!

# Como você reage quando não gosta do final de um livro?
Geralmente tento entender o motivo que fez o autor criar tal final. O final é extremamente importante para indicar o que o autor realmente queria passar com aquela história. E, independente do meu gosto, bom mesmo é o fim do livro nos revelar novos começos para o pensamento.

# Com que frequência você espia a última página do livro para ver o que acontece no final?
Não sempre... às vezes, leio a última frase do livro quando estou no comecinho da história... Mas só a última frase...rs...

# Quem vai marcar para responder essa Tag?
Vou marcar os 5 blogs abaixo, mas se eu não te indiquei e você curtiu a Tag, sinta-se marcado também! :)


Quando e se vocês fizerem a Tag, me avisem, por favor?
Estou curiosa para ler suas respostas!
Até mais!

quinta-feira, 22 de maio de 2014

O Casaco - Manoel de Barros

Oi!
Gente, essa semana merece uma poesia de um dos meus poetas preferidos ou talvez o preferido mesmo...
Manoel de Barros, poeta das inutilidades mais úteis que minha alma já experimentou!!
#boapoesia


O CASACO

Um homem estava anoitecido.
Se sentia por dentro um trapo social.
Igual se, por fora, usasse um casaco rasgado
e sujo.
Tentou sair da angústia
Isto ser:
Ele queria jogar o casaco rasgado e sujo no
lixo.
Ele queria amanhecer.

Manoel de Barros

Vocês já leram Manoel de Barros? O cara é tão bom que me deu vontade de escrever todas as poesias dele aqui nesse post... Mas, vou guardar meu estoque para o futuro também...rs
Todas as poesias de Manoel nos dão a possibilidade de perceber as coisas do mundo de uma outra forma. Esse escritor consegue dar outros significados para angústia através das palavras. 
"Isto ser:
Ele queria jogar o casaco rasgado e sujo no 
lixo.
Ele queria amanhecer."
Passar pela noite é essencial para que outro dia apareça em nós. Tanto assim é com a angústia. 
O casaco rasgado e sujo precisa ser admitido como tal e sentido dessa forma para causar a angústia que faz tirá-lo e jogar no lixo. Assim o ser se renova em novo amanhecer. 
Manoel de Barros é um gênio; sou muito fã e super indico.
Obrigada, Manoel! :)

domingo, 18 de maio de 2014

Modinha - #bomsom

Oi! Hoje vou inaugurar a música no blog... Com a canção Modinha... #bomsom



Roberta Sá e Yamandú Costa... Meus queridinhos na atualidade da música brasileira...
A música é de antes deles... produzida por Tom Jobim e Vinicius de Morais... E já cantada por outros grandes, como a Elis Regina...


Mas, ainda acho que a versão que mais gosto é essa aí embaixo, só com o Yamandu...




quarta-feira, 14 de maio de 2014

Tag: Apocalipse Zumbi

Oi!
Hoje vou escrever a Tag que o Carlos do blog Cantina do Livro me indicou! A Tag se chama Apocalipse Zumbi e foi criada pelo blog Ourives das Palavras. #boatag


A brincadeira é escolher 10 personagens de qualquer livro que você queira e montar um grupo de sobrevivência ao apocalipse zumbi, de acordo com as categorias pré-selecionadas abaixo:

1. Um personagem para liderar o grupo;
2. Um personagem com conhecimentos médicos;
3. Um personagem inteligente;
4. Um personagem para morrer primeiro;
5. Um personagem badass;
6. Um personagem duas caras;
7. Um personagem engraçado;
8. Um personagem medroso;
9. Um personagem criança;
10. Um personagem qualquer

Gostei muito de ter sido indicada para fazer essa Tag e estou me divertindo só de pensar em formar esse grupo! Tentei escolher alguns dos personagens através dos livros que já resenhei por qui, excluindo apenas os do Harry Potter, O Senhor dos Anéis e Jogos Vorazes (não resisti!). Então, se quiser saber mais sobre algum dos outros livros, basta clicar no nome do livro, quando mencionado.
E vamos lá!!! :)

1. Um personagem para liderar o grupo: escolha um personagem com espírito de liderança, que seja perfeito para guiar o grupo, através de hordas de zumbis, para a sobrevivência.
Escolhido: José Bonifácio, do livro 1822 e da real história do Brasil. Fiquei fascinada com a liderança que o mesmo demonstrou ao longo do livro e realmente acredito que para ter tal importância e moral na política brasileira, o cara devia ser mesmo um líder inteligente e brilhante. Se aguentou o Brasil e suas complicadas singularidades, consegue enfrentar qualquer apocalipse, na boa... rs


2. Um personagem com conhecimentos médicos: escolha um personagem que saberá cuidar da saúde de todos os membros do grupo, aplicar  os primeiros socorros em uma emergência e fazer o possível para tratar uma mordida.
Escolhido: Sra. Everdeen do livro Jogos Vorazes. Em uma sociedade tão autoritária e ditadora, essa personagem sabia cuidar dos castigados pela opressão como ninguém mais! Inclusive ela ganhou o meu carinho por conta dessa característica...rs


3. Um personagem inteligente: escolha um personagem que pense rápido, que saiba agir sob pressão, que possa pensar em um bom esconderijo e uma boa fonte de mantimentos, que saberá atrair a menor atenção zumbi possível para o grupo.
Escolhido: Hermione Granger, do Harry Potter. Sou fã dessa personagem; ela é inteligente, sagaz e conseguiria resolver qualquer problema através de seus conhecimentos, fato!


4. Um personagem para morrer primeiro: escolha um personagem que não fará diferença nenhuma no grupo e que será totalmente dispensável.
Escolhido: August, do livro Água para Elefantes. Esse aí é detestável, maltrata pessoas, animais e se bobear é um zumbi também, hein... Por mim, pode morrer que não faz falta...


5. Um personagem badass: todo grupo precisa de um fodão chutador de bundas, personagem que vai meter medo até nos zumbis, que tem estilo até coberto de bile e sangue. Escolha um personagem que trará este espírito ao grupo.
Escolhido: Gimli, o anão de O Senhor dos Anéis. Esse anão com certeza trás espírito ao grupo! Já consigo o imaginar competindo com os outros do grupo para ver quem irá matar mais zumbis...rs!


6. Um personagem duas caras: escolha um personagem que será o traidor, que entregará outra pessoa para manter a própria pele à salvo, que será o Shane, melhor mentiroso dentre os sobreviventes.
Escolhido: Severo Snape, do livro Harry Potter. Porque esse aí foi duas caras no meio de uma guerra com o Voldemort, ou melhor, Você-Sabe-Quem, né? Isso não é para qualquer um, com certeza!


7. Um personagem engraçado: no meio de um apocalipse zumbi é muito fácil ter um colapso nervoso e enlouquecer com toda a pressão da situação. Escolha um personagem que fará piadinhas de vez em quando para quebrar o gelo.
Escolhido: Posso escolher dois? rs... Gostaria de ver no grupo o Fred e o George Weasley, também do Harry Potter. Poque eles são engraçados, divertidos, inteligentes...


8. Um personagem medroso: escolha um personagem que não saberá nem manejar uma arma sem tremer e chamar a mamãe quando os zumbis vem vindo.
Escolhido: D. João VI, do livro 1808. Com medo de Napoleão, fugiu da Europa e atravessou o oceano em uma caravelinha... Se isso não é ser medroso...


9. Um personagem criança: escolha um personagem que está crescendo em meio ao apocalipse e que precisará de um olho atento 24 horas por dia.
Escolhido: Alice, dos livros Aventuras de Alice no País das Maravilhas & Através do Espelho. Quem sabe ela não come uma coisa aqui, bebe outra ali, e acaba crescendo ou diminuindo o suficiente para ajudar nessa sobrevivência...rs


10. Um personagem qualquer: escolha qualquer personagem que quiser.
Escolhido: Wally, dos livros Onde está Wally?. Ele está em todas e sabe se esconder no meio da multidão e da bagunça...rs! Não tinha como deixá-lo fora dessa! 


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O grupo está bem eclético, como puderam ver... temos de personagem da História do Brasil até dono de circo...rs... Estou aqui tentando imaginar como eles interagiriam uns com os outros e me divirto só de pensar! E você, gostou?

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Bom, como o Carlos indicou a Tag para 5 blogs, farei o mesmo. Mas, se você não é um dos indicados e quiser fazer, ficarei também muito feliz!
Seguem os indicados:


domingo, 11 de maio de 2014

Sonetos - Florbela Espanca

Oi! Feliz Dia das Mães com #boaleitura e #boapoesia

Pequenina

És pequenina e ris... A boca breve
É um pequeno idílio cor-de-rosa...
Haste de lírio frágil e mimosa!
Cofre de beijos feito sonho e neve!

Doce quimera que a nossa alma deve
Ao Céu que assim te fez tão graciosa!
Que nesta vida amarga e tormentosa
Te fez nascer como um perfume leve!

O ver o teu olhar faz bem à gente...
E cheira e sabe, a nossa boca, a flores
Quando o teu nome diz, suavemente...

Pequenina que a Mãe de Deus sonhou,
Que ela afaste de ti aquelas dores
Que fizeram de mim isto que sou!

Florbela Espanca

Quem acompanha o blog já deve ter lido a poesia que escrevi de Florbela Espanca no dia 25 de abril e quem ainda não leu, se quiser, clique aqui .Fiquei devendo para vocês as minhas impressões sobre todo o livro e chegou o dia de pagar a minha dívida! rs... :)


O livro Sonetos de Florbela Espanca foi publicado pela Editora Martin Claret Ltda em 2002 e esse que comprei baratinho em um sebo, como descrevi no outro post, foi a 1º reimpressão, do ano de 2009. A edição inclui, na verdade, todos os sonetos publicados em quatro obras da poetisa: o Livro de Mágoas (1919), Livro de Soror Saudade (1923); Charneca em Flor (1930) e Reliquiae (1931). E no início do livro tem um texto bem legal contando o Perfil biográfico de Florbela Espanca, no qual pude conhecer a história de vida da escritora e me deparar com as alegrias e tristezas (bem mais dessa segunda opção) de sua trajetória - transmitidas em seus sonetos de maneira forte, marcante. Também me entristeci com a morte de Florbela... 

Angústia

Tortura de pensar! Triste lamento!
Quem nos dera calar a tua voz!
Quem nos dera cá dentro, muito a sós,
Estrangular a hidra num momento!

E não se quer pensar!... e o pensamento
Sempre a morder-nos bem, dentro de nós...
Querer apagar no céu - ó sonho atroz! -
O brilho duma estrela, com o vento!...

E não se apaga, não... nada se apaga!
Vem sempre rastejando como a vaga...
Vem sempre perguntando: "O que te resta?"...

Ah! não ser mais que o vago, o infinito!
Ser pedaço de gelo, ser granito,
Ser rugido de tigre na floresta!

Florbela Espanca

Vou confessar que li esse livro devagar quase parando. As poesias são ótimas, mas bastante carregadas de tristeza. Isso acabava me fazendo ter que parar algumas vezes; para tomar ar, fôlego. Só depois dessas paradas estratégicas conseguia submergir novamente nesse mundo de angústia, dor, amor... Bem, na verdade, quando eu mesma estava mais cabisbaixa a leitura fluía rápido, como se eu estivesse lendo o que minha alma chorava. Ou quando me deparava com momentos do livro em que as poesias enalteciam o amor, aí também era bem fácil de ler.

Minha culpa

Sei lá! Sei lá! Eu sei lá bem
Quem sou? Um fogo-fátuo, uma miragem...
Sou um reflexo... um canto de paisagem
Ou apenas cenário! Um vaivém

Como a sorte: hoje aqui, depois além!
Sei lá quem sou? Sei lá! Sou a roupagem
De um doido que partiu numa romagem
E nunca mais voltou! Eu sei lá quem!...

Sou um verme que um dia quis ser astro...
Uma estátua truncada de alabastro...
Uma chaga sangrenta do Senhor...

Sei lá quem sou?! Sei lá! Cumprindo os fados,
Num mundo de maldades e pecados,
Sou mais um mau, sou mais um pecador...

Florbela Espanca

Os assuntos da Florbela são de um eu lírico de coração mergulhado nas paixões da vida; por vezes completamente enamorado, por vezes desiludido com o amor. A alma atormentada de uma mulher que tenta se encontrar entre a vida tempestuosa e as palavras escritas dão luz aos sonetos mais "à flor da pele" que já li até hoje. Indico tais poesias para aqueles momentos nos quais estamos nós mesmos tentando nos encontrar em meio aos ventos de tristeza que às vezes nos sopram... Ou aos ventos de paixão que às vezes nos dominam...

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Palácio do Catete

Oi!
Hoje é dia de fazer um programa cultural pelo Rio de Janeiro...
#boavisita


Esse aí é o Palácio do Catete, que hoje em dia abriga o Museu da República, mas já foi a casa de presidentes e, anteriormente, residência para o Barão de Nova Friburgo. Diante dessas informações, já é possível imaginar que conversas interessantes essas paredes já não ouviram...


A estrutura do palacete é de extremo luxo. Enquanto caminhava pelo museu, fiquei pensando como deveriam ser mais complexas as obras de acabamento da época em que o espaço foi construído, em 1866. Todas as paredes, detalhes nas maçanetas das portas, quadros, lustres, esculturas... Enfim, tudo foi minuciosamente arquitetado e produzido. O Barão que financiou essa obra devia ser um homem detalhista, além de rico, claro.


O ambiente que mais gostei foi, com certeza, o jardim. Sério, podendo caminhar em um jardim desses qualquer um fica mais saudável. Os raios de sol encontram as águas, formando a cor do descanso de uma senhora; os patos nadam calmamente como que sorrindo para as crianças; os bancos te convidam para uma parada momentânea. 
Quem dera um jardim assim na minha casa! :)


Agora, a parte mais interessante, para mim, foi a exposição sobre a história política brasileira. Enquanto ia passando pelos momentos das eleições, ditadura, Diretas já... Nossa, foi ali que percebi o quanto a nossa história nas urnas é tão nova, uma criança ainda, e ainda temos muito o que aprender. Por isso, indico para quem puder, morar ou estiver no Rio: vá visitar esse Palácio. Não dá mais para encontrar a presidência lá dentro porque já se mudou para um local mais afastado e sem linha de metrô na porta (Juscelino era espertinho, provavelmente, e buscou um DF mais vazio). Mas, talvez a exposição e as paredes te revelem conversas importantes - que estão sendo contadas há muitos e muitos anos.



domingo, 4 de maio de 2014

Perfume de Mulher

Oi!
Hoje vou escrever sobre um clássico com Al Pacino e, não, não é O Poderoso Chefão...rs...
#bomfilme


Acredito que esse filme não é novidade para ninguém, a grande maioria já viu e ouviu falar... 
Mas, o considero tão maravilhoso que comprei o DVD e volta e meia revejo cada cena, me empolgando como se fosse a primeira vez...
Trata-se de Perfume de Mulher, filme de Martin Brest que conta com a atuação de um dos meus atores prediletos, o Al Pacino.
Bem, a história é sobre... Bom, não sei como contar sem falar mais do que devia e, então, prefiro resumir bastante: um militar cego e um jovem estudante, ambos passando por momentos difíceis na vida, que se encontram e... Enfim, da história acredito que seja melhor parar por aqui. Até porque a maioria já conhece mesmo. E também não gostaria de estragar a surpresa de ninguém...

Minha ideia de escrever sobre o filme é mesmo, além de indicá-lo, tentar passar um pouco dos meus pensamentos com relação ao longa metragem. Não sou nenhuma crítica de cinema renomada, mas gosto de pensar sobre as histórias que leio, ouço ou assisto. 

Um dos temas abordados no filme é sobre a integridade, o caráter, os princípios de cada um. Assunto político, pessoal, de base. Talvez tão importante e conhecido que não seria necessário abordá-lo em um filme. Talvez já devesse ser tácito em cada um de nós. Talvez. A verdade é que o homem (ou mulher, claro) encontra pela vida uma série de batalhas e situações difíceis pelas quais tem de passar. E, pior, precisa escolher uma atitude a tomar em relação: devo entrar nessa batalha ou me fingir doente?; devo entrar pelo caminho tortuoso e mais fácil ou andar por esse lado mais "certinho" e tão mais complicado de caminhar?; devo dedurar alguns amigos e ir contra meus próprios princípios ou seguir firme com minha intenção leal e correr o risco de me prejudicar por conta disso?? 

Outro tema interessante... e agora percebo que não sei bem como abordá-lo, é quando encontramos a falta de esperança na vida. Sim, não somos perfeitos, nos atrapalhamos, fazemos besteira, nos encontramos de maneira tal que a alma se pergunta: como seguir adiante? E como, como seguir adiante? Como nos perdoar e voltar a encontrar aquela fé em nós mesmos, sabe? Aquela esperança que nos faz achar saídas em um labirinto ou a luz no fim do túnel. Sim, porque sempre existe alguma saída. A criatividade e a virtualidade de opções no mundo estão aí no ar, flutuando. Melhor, estão bem aqui dentro de nós - quietas, esperando que você clique na opção "saída para uma vida melhor", indicada em alguma caixinha mental desse sistema infinito que somos nós mesmos. 

Mas precisamos de esperança, não é? 
Precisamos de esperança para encontrar essa "saída para uma vida melhor" dentro de nós. Esperança para conseguir caminhar pelo lado mais difícil e certinho - não de certo e errado, mas "certinho" no que diz respeito ao lado que não fere a nossa dignidade. Esperança para continuar andando sempre pelo caminho que não fere quem somos verdadeiramente; esperança para viver sem machucar aos outros e nós mesmos diante dessas batalhas tão difíceis que encontramos na vida.

O que ter caráter e princípios dão de encontro com ter esperança e coragem para seguir em frente na vida? Isso é uma pergunta que só um filme tão profundamente sensível como Perfume de Mulher poderia tentar responder com beleza e, o melhor, com tango. E o tango, vou deixar claro, é a parte mais emocionante porque podemos nos atrapalhar, mas continuar dançando ao som da paixão esperançosa que guia nossos passos. Super indico: bom filme! :)